Sementes

Colheita e beneficiamento: colher os frutos diretamente da árvore, quando iniciar a queda espontânea, ou recolhê-los no chão após a queda. Sua semente, por ser medicinal, é bastante procurada pelo homem do campo, o que dificulta a sua obtenção em grande quantidade (Silva et al., 1985). A extração das sementes é feita em ambiente ventilado, onde os frutos são colocados para a deiscência.

Número de sementes por quilograma: 450 (Jesus & Rodrigues, 1991) a 2.200 (Salomão & Cavallari, 1992).

Tratamento para superação da dormência: há presença de substância inibidora, cumarina. Cunha (1992) verificou que o desponte manual do tegumento por abrasão em lixa e a abertura de fenda no tegumento com agulha incandescente (pirógrafo) proporcionaram maiores percentuais de germinação, menores percentuais de plântulas anormais e de sementes mortas. Para o mesmo autor, os tratamentos com água quente a 100ºC, durante três e cinco minutos e a escarificação mecânica durante cinco segundos, promoveram morte em 100% das sementes. Contudo, segundo Duarte (1978), os tratamentos de imersão em água fervente fora do aquecimento, durante quinze ou 30 minutos, aceleram a capacidade germinativa.

Longevidade e armazenamento: a semente de cumaru perde rapidamente o poder germinativo (Tigre, 1970). Segundo Salomão & Cavallari (1992) essa espécie possui semente com comportamento ortodoxo, podendo ser conservada a longo prazo em câmaras a baixas temperaturas. Sementes desta espécie com faculdade germinativa de 96%, originárias da Região Sudeste, conservaram sua viabilidade por 180 dias, quando armazenadas com 8,4% de umidade, em saco de polietileno, em sala em laboratório, câmara fria (3ºC e 90% de UR) ou câmara seca (21ºC e 45% de UR), e com 13,4% de umidade em câmara seca (Figliolia, 1988). Outro lote de sementes com faculdade germinativa de 100%, originário da Região Nordeste, armazenado com baixo teor de umidade, apresentaram 32% de germinação após 18 meses, em ambiente não controlado (Duarte, 1978). Para Teófilo et al. (1999), as sementes armazenadas em câmara (10ºC e 45% de UR) e acondicionadas em garrafa tiveram germinação e vigor preservados ao longo do período de armazenamento, até doze meses; comportamento similar observou-se no teor de água das sementes. Segundo esses autores, a redução no vigor foi mais acentuada nas sementes acondicionadas em sacos multifoliados e armazenadas em ambiente natural, com o transcorrer do tempo de armazenamento.

Germinação em laboratório: o substrato rolo de papel e as temperaturas alternadas de 20 a 30ºC, podem ser utilizados nos estudos de germinação desta espécie (Salomão & Cavallari, 1992). Em outro estudo, Salomão & Neto (1999), sugerem que o efeito da temperatura de incubação na germinação de sementes desta espécie pode, provavelmente, variar de acordo com a procedência da mesma.