Produtos e Utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de grápia é indicada para construção de estruturas externas, dormentes, postes, estacas, mourões, cruzetas e similares; em construção civil, como vigas, caibros, ripas, marcos ou batentes de portas e janelas, esquadrias, assoalhos, forros e similares; construções navais, como estruturas, quilhas etc.; marcenaria, carpintaria, tabuado, torno e peças de resistência, cabos de ferramentas, implementos agrícolas, vigamentos; vigas de ponte. É apta para obtenção de lâminas ou desbobinado, para utilizar em trabalhos de decoração e em revestimentos interiores. É também indicada para tanoaria, sendo usada principalmente em barris de cerveja (Pereira & Mainieri, 1957). Na Região de Bento Gonçalves - RS, era a madeira preferida para a confecção de tonéis para envelhecimento de vinhos. É considerada a melhor madeira para carroçarias de caminhão e carroças, por ser muito resistente às mudanças constantes de chuva e sol (Heringer, 1947).

Energia: madeira com teor alto de lignina, sendo considerada muito boa para produção de álcool, coque e carvão (Paula, 1981).

Celulose e papel: Apuleia leiocarpa var. molaris, o muiratauá da Amazônia, produz polpa para papel de embalagem de características plenamente satisfatórias e até mesmo superiores às de Eucalyptus spp. (Melo et al., 1986).

 

Outros Produtos

Constituintes químicos: Braz Filho & Gottlieb (1971) isolaram e identificaram nas cascas e cerne da grápia, dez novos flavonóides, um pterocarpano, sitosterol, b-amirina e pinitol. Ribeiro & Leitão (1996) verificando a dieta alimentar de um grupo de mamíferos, notaram que o consumo das folhas de A. leiocarpa pelas fêmeas aumentava drasticamente durante o período pre-cópula, indicando a possibilidade de atividade hormonal do(s) constituinte(s) químico(s) da planta. 
Substâncias tanantes: a casca chega a ter 24% de tanino e tem emprego em curtumes, especialmente para curtir peles claras (Boiteaux, 1947; Correa, 1969; Matos & Guaranha, 1983). Porém, segundo Mainieri & Chimelo (1989) as substâncias tanantes determinadas em extrato aquoso de folhas não apresentam interesse econômico pelas quantidades obtidas.

 

Outros Usos

Apícola: as flores da grápia são melíferas.
Medicinal: a casca do caule é grande depurativo do sangue, apresentando propriedades anti-sifilítica (Correa, 1952) e é também indicada para dores no corpo (Marquesini, 1995). A grápia é também utilizada na medicina popular como antiofídica (Ribeiro & Leitão, 1996). Ruppelt et al. (1991), apontam as atividades analgésica e antinflamatória desta espécie. Ela ainda, tem comprovada indicação contra diabete, usando-se o chá da casca, madeira ou mesmo da serragem (Körbes, 1995).  
Paisagístico: a grápia é recomendada para arborização de praças públicas no interior do Estado de São Paulo (Toledo Filho & Parente, 1988). 
Reflorestamento para recuperação ambiental: as folhas da grápia são muito apreciadas pelos bugios. Primatas como o barbado e o muriqui se alimentam de brotos e flores, que são importantes recursos ao final da estação seca (Mendonça Filho, 1996). É espécie recomendada para reposição de mata ciliar para locais sem inundação (Ferreira, 1983).