Aspectos Ecológicos
Grupo sucessional: comumente o enquadramento de uma espécie num dado grupo sucessional é feito com base na densidade demográfica, tipo de dispersão das sementes, velocidade de crescimento, existência ou não de dormência nas sementes, se a reprodução ocorre na sombra ou a pleno sol. A classificação das espécies, quanto à estratégia da dinâmica florestal adotada, é realizada, com adaptação, através dos critérios propostos por Budowski (1965): pioneira; secundária inicial; secundária tardia ou secundária longeva e clímax, ou por Swaine & Whitemore (1988) e adaptada por Oliveira Filho (1994), visando à definição dos grupos ecológicos para espécies arbóreas de florestas tropicais. Destacam-se duas categorias: espécies pioneiras e clímax. Estas últimas dividem-se em espécies clímax exigentes de luz e espécies clímax tolerante à sombra. As espécies pioneiras e as espécies clímax exigentes de luz surgem após perturbações que expõe o solo a luz, apresentando estas últimas maior longevidade. As espécies clímax tolerantes a sombra sobrevivem na sombra até atingirem o dossel.
Características sociológicas: são mencionadas as fases sucessionais quando a espécie ocorre na vegetação secundária, proposta por Fundação IBGE (1992): estágios iniciais da sucessão: capoeirinha e capoeira, e estágios avançados da sucessão: capoeirão e floresta secundária.
Regiões fitoecológicas: usou-se o sistema fisionômico-ecológico de classificação da vegetação brasileira proposto por Fundação IBGE (1992) e Veloso et al. (1991), com adaptação (Figura 2), resultando as seguintes regiões fitoecológicas:
Floresta Ombrófila Densa (conhecida também por floresta pluvial tropical - Floresta Amazônica e Floresta Atlântica): caracteriza-se por fanerófitos, lianas e epífitas em abundância. Esta formação está condicionada a ocorrência de temperaturas elevadas, em média 25ºC, e altas precipitações, bem distribuídas durante o ano, cujo período seco varia de 0 a 60 dias. Os solos predominantes dessa tipologia são os LATOSSOLOS VERMELHO Distroférricos (Latossolo roxo distrófico) e excepcionalmente os LATOSSOLOS VERMELHO Eutroférricos (Latossolo roxo eutrófico), originados de granitos e gnaisses, além de arenitos com derrames vulcânicos de vários períodos geológicos. Este tipo de vegetação foi subdividido em cinco faciações ordenadas segundo a hierarquia topográfica que refletem fisionomias diferentes de acordo com as variações ecotípicas das faixas altimétricas.
Floresta Ombrófila Aberta: é considerada um tipo de transição da floresta ombrófila densa, caracterizando-se por gradientes climáticos com mais de 60 dias secos. Possui quatro faciações florísticas: com cipó, nas áreas de depressões circulares do embasamento pré-cambriano; com palmeiras, em terrenos areníticos que ocorre por toda a Amazônia e até mesmo fora dela; com bambu, ocorre da parte ocidental da Amazônia até o planalto meridional do Estado do Paraná (ocupando geralmente as áreas onde foram exploradas espécies nobres); com sororoca (Phenakosperma guyanensis) no sul da bacia Amazônica, no médio rio Xingu, ocorrendo em depressões que ficam temporariamente inundadas e em pequenas áreas onde predominam solos do tipo Latossolo Vermelho-amarelo.
Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária): também conhecida como mata das araucárias ou pinheiral, é um tipo de vegetação do planalto meridional. É considerado um clímax climático, embora apresente disjunções florísticas em refúgios situados nas Serras do Mar e Mantiqueira. A Floresta Ombrófila Mista apresenta os subtipos Aluvial, Submontana, Montana e Alto-Montana.
Floresta Estacional Semidecidual: o conceito ecológico deste tipo de vegetação está condicionado à dupla estacionalidade climática. É constituída por fanerógamos com gemas foliares protegidas da seca por escamas, tem folhas esclerófilas deciduais e a perda de folhas do conjunto florestal (não das espécies), situa-se entre 20 e 50%. As faciações deste tipo florestal são: Aluvial, Terras Baixas, Submontana e Montana.
Floresta Estacional Decidual: também é caracterizada por duas estações climáticas bem demarcadas, uma chuvosa e um longo período de seca no qual mais de 50% dos indivíduos perdem as folhas. Quanto as faciações, apresenta a mesma subdivisão da Floresta Estacional Semidecidual.
Campinarana: os termos campinarana e campina são sinônimos e significam "falsos campos". É o tipo de vegetação típica das bacias dos Rios Negro e Orinoco, região que mais chove no Brasil (4.000 mm anuais). Apresenta três subgrupos de formação: arbórea densa ou florestada, arbórea aberta ou arborizada e gramíneo-lenhosa.
Savana (Cerrado): o termo savana é empregado para substituir o regionalismo cerrado. Caracteriza-se como sendo uma vegetação xeromorfa, de clima estacional e que reveste solos lixiviados aluminizados. É constituída por vegetação herbácea, intercalada por plantas lenhosas de pequeno porte. Apresenta quatro subtipos: Savana Florestada (Cerradão); Savana Arborizada (Campo Cerrado); Savana Parque (Parque de Cerrado ou Campo sujo) e Savana gramíneo-lenhosa (Campo Limpo).
Savana-Estépica: termo empregado para generalizar a Caatinga Nordestina, os Campos de Roraima, o Chaco Sul-Matogrossense e o Parque de Espinilho da Barra do Rio Quaraí. É caracterizado pela dupla estacionalidade. De acordo com esta classificação a savana estépica pode ser dividida nos seguintes subtipos: Savana Estépica Florestada; Savana Estépica Arborizada; Savana Estépica Parque e Savana Estépica Gramíneo-lenhosa.
Estepe (campos gerais planálticos e campanha gaúcha): tipo de vegetação submetida à dupla estacionalidade uma fisiológica provocada pelo frio das frentes polares e outra seca, mais curta, com déficit hídrico. Apresenta as seguintes faciações: estepe arborizada, estepe parque (campo sujo ou parkland), e estepe gramíneo-lenhosa (campo limpo).
Quanto às subdivisões para cada tipologia propostas pelos mesmos autores, elas só serão utilizadas para casos específicos. No caso da citação de outros tipos vegetacionais que não os mencionados acima, serão acompanhados pela referência específica.