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Sistemas
Silvipastoris |
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Sistema
Silvipastoril (SSP) é a combinação
intencional de árvores, pastagem e gado numa
mesma área ao mesmo tempo e manejados de forma
integrada, com o objetivo de incrementar a produtividade
por unidade de área. Nesses sistemas, ocorrem
interações em todos os sentidos e em
diferentes magnitudes.
Os SSPs apresentam grande potencial de benefícios
econômicos e ambientais para os produtores e
para a sociedade. São sistemas multifuncionais,
onde existe a possibilidade de intensificar a produção
pelo manejo integrado dos recursos naturais evitando
sua degradação, além de recuperar
sua capacidade produtiva.
Por exemplo, a criação de animais com
árvores dispersas na pastagem, árvores
em divisas e em barreiras de quebra-ventos, podem
reduzir a erosão, melhorar a conservação
da água, reduzir a necessidade de fertilizantes
minerais, capturar e fixar carbono, diversificar a
produção, aumentar a renda e a biodiversidade,
melhorar o conforto dos animais.
Perspectivas para os
sistemas silvipastoris
A
integração e interação
dos componentes pecuário, agrícola e
florestal é de vital importância para
o desenvolvimento sustentável. Todos de maneira
a contemplar as questões pertinentes á
mitigação de seus impactos no meio ambiente
e permitindo a máxima biodiversidade possível,
o uso conservacionista do solo, a produção
e conservação da água.
Assim, a introdução do componente florestal
nos sistemas de produção deve se dar
num enfoque que não admita mais a separação
entre agricultura, pecuária e floresta, mas
sim o “casamento” desses componentes no meio rural,
em prol da qualidade de vida, da sustentabilidade
e da estabilidade da produção. A compreensão
da forma como o componente florestal contribui ou
poderia contribuir nos sistemas de produção
existentes permite o desenvolvimento de trabalhos
técnicos para a introdução e/ou
melhoramento de práticas florestais e/ou agroflorestais
nas propriedades rurais.
A sustentabilidade da produção animal
de grande porte é ameaçada pela característica
intrínseca aos sistemas de produção,
baseados num reduzidíssimo número de
forrageiras, invariavelmente em monocultivos, que
trazem em si mesmos a degradação. A
degradação decorre da instabilidade
desses sistemas produtivos, onde os fatores desfavoráveis
são, principalmente, de caráter biótico
(ocorrência de pragas e doenças, manejo
inadequado, concorrência de plantas indesejáveis)
e físico-químicos (mineralização
da matéria orgânica e erosão do
solo, lixiviação e alterações
de microclimas).
Diante da importância socioeconômica da
cadeia produtiva da carne e do leite para a sociedade
e das divisas que proporciona, o desafio será
o seu desenvolvimento em bases sustentáveis,
o que difere de mero crescimento. As discussões
em torno das estratégias para o desenvolvimento
sustentável tem procurado pautar-se em itens
que vão além da produtividade, ou sejam,
da sustentabilidade e estabilidade da produção,
até a justiça social.
Assim, a degradação das condições
do solo e dos agroecossistemas e seus reflexos na
produtividade torna-se parte das preocupações
que objetivam o desenvolvimento sustentável,
uma vez que devemos assegurar a manutenção
da capacidade produtiva dos recursos existentes.
A degradação das pastagens implica também
em aspectos muito negativos para a imagem desse agronegócio,
devido as perdas de solo por erosão, redução
da disponibilidade de água no solo, assoreamento
dos corpos d’água e perda de biodiversidade
vegetal e animal. As áreas de pastagem estão
sob uma condição climática que
determina estresse térmico calórico
para os animais sem proteção e estacionalidade
de produção das forrageiras, a ocorrência
de geadas em algumas regiões é um agravante
para a estacionalidade de produção das
forrageiras. Ambos os aspectos constituem um importante
problema da pecuária brasileira.
Questões como a produção de forragem
e bem-estar animal são influenciadas pelo microclima
local e determinam reflexos no desempenho animal.
A presença de árvores, dispostas de
forma adequada, favorece o bem-estar animal bem como
promove melhorias e proteção à
produção forrageira.
Autor: Vanderley Porfírio-da-Silva (Ano: 2004)